Agentes alertam contra proliferação de caramujos

Para evitar incidência dos moluscos causadores de doenças, moradores devem manter quintais livres de lixos e entulhos

   Foto: Aldair de Lima

 IMG_9510

Trinta toneladas de entulhos foram retiradas pelo mutirão realizado em 2010   

 

            Além de maior risco de incidência de dengue, a equipe do Centro de Controle de Zoonoses de Iturama alerta a comunidade, neste período chuvoso, contra a proliferação do caramujo-gigante, mais conhecido como caramujo-africano, hospedeiro intermediário dos vermes Angiostrongylus costaricensise e Angiostrongylus cantonensis que causam doenças sérias aos seres humanos.

 
 
         O Angiostrongylus costaricensise provoca a angiostrongilíase abdominal, doença caracterizada por fortes dores abdominais, febre, perda de apetite e vômitos, podendo culminar com a perfuração do intestino, hemorragias e, em alguns casos, levar a morte.

Segundo a educadora em saúde Patrícia Leal Nunes a contaminação se dá por meio do contato com o caramujo, pois os vermes são encontrados na secreção deles. Ao se instalar em hortas e pomares, o caramujo pode infectá-los. “Todos devem higienizar frutas, verduras e hortaliças antes de ingeri-las, deixando-as mergulhadas em uma mistura contendo uma colher (sopa) de água sanitária para um litro de água durante 30 minutos. Após, elas devem ser enxaguadas muito bem antes de ser consumidas.”

Para o extermínio do molusco é necessário queimá-lo completamente. Caso contrário, os vermes continuam no local. É importante também manusear e recolher o caramujo com a proteção de luvas ou sacos plásticos. Por último, é recomendado enterrá-lo, mas, antes, aplicar cal virgem no solo. Este procedimento deve ser realizado longe de redes de captação de água, poços ou mananciais para evitar possíveis contaminações.

Patrícia explica que o uso do sal de cozinha não é recomendado e nem eficiente, já que seu excesso pode atrair animais domésticos e prejudicar o plantio e o solo. “Para evitar a proliferação do caramujo deve-se conservar o quintal sempre limpo, pois o molusco gosta de lugar úmido e sem incidência de luz solar, sendo encontrado embaixo de entulhos e folhas.”

 

Escorpiões

            Ela ainda faz um alerta contra outro problema: os escorpiões. As principais medidas de prevenção são manter os quintais e jardins limpos; remanejar periodicamente materiais de construção e lenha que estejam armazenados nos quintais, usando luvas; acondicionar o lixo em sacos plásticos fechados e entregá-los ao serviço de coleta; não jogar lixo em terrenos baldios; conservar camas e berços afastados das paredes; evitar que lençóis e colchas toquem o chão; verificar cuidadosamente roupas e calçados antes de usá-los; limpar periodicamente ralos de banheiros, cozinha e caixas de gordura; usar telas nas aberturas de ralos, pias e tanques; tampar buracos de parede e móveis e proteger seus predadores naturais - macacos, quatis, gansos, sapos e, especialmente, corujas.

            “Em caso de acidente, deve-se procurar a unidade de saúde mais próximas. Se possível, a vítima deve capturar o escorpião com cuidado e levá-lo, em um recipiente seguro, para identificação. Caso a pessoa encontre um escorpião deve comunicar e solicitar uma vistoria da equipe do Centro de Controle de Zoonoses pelo Disk Denúncia: 34 3411 9594. O endereço é a Rua Ituiutaba, número 1.198.”  

 

Centro de Zoonoses

            O Centro de Zoonoses é o órgão responsável pelo controle de doenças transmitidas por animais. Durante todo o ano desempenha o controle da população de animais domésticos (cães, gatos e animais de grande porte) e animais sinantrópicos (morcegos, pombos, ratos, escorpiões, entre outros), além de trabalhos de combate à dengue e doença de Chagas, campanhas de vacinação antirrábica e eutanásia em animais doentes e acidentados.

            “Em 2010 o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, foi realizado por meio de ações conjuntas dos educadores em saúde e dos agentes de combate às endemias, que realizaram visitas domiciliares para eliminação dos focos e possíveis criadouros do mosquito, orientação aos moradores sobre a doença, palestras nas escolas, montagem de estandes e o mutirão de limpeza.”

            No ano passado foram cinco ciclos de tratamento em imóveis, cinco levantamentos de índice predial e 24 inspeções nos pontos estratégicos do município - como borracharia e ferro-velho -, realizados pelos agentes de combate às endemias. “O estande montado pelos educadores em saúde na Praça do Santuário no dia 1.º de maio disponibilizou à população a visualização de vários animais peçonhentos conservados em vidros com álcool, larvas de mosquito da dengue, panfletos e vídeos educativos. A finalidade foi chamar a atenção de crianças e adultos para a importância de se combater a dengue e outras doenças, trabalho que conseguiu reunir um grande número de pessoas.”

           

Dengue

            Contra a dengue, o mutirão de limpeza foi realizado em Iturama entre os dias 8 e 16 de novembro, e, em Alexandrita, no dia 17 de novembro. “O mutirão contou com o apoio da equipe da Usina Coruripe e da Prefeitura de Iturama para ser estendido a todos os bairros. Foram retiradas 30 toneladas de materiais que acumulam água, como garrafas e pneus.”

            No ano passado, os agentes de combate às endemias fizeram dois cursos para aperfeiçoamento de atividades. “O primeiro, no dia 19 de maio, teve como finalidade treinar os agentes para a campanha de vacinação antirrábica, e o segundo, que foi realizado entre os dias 13 e 14 de outubro, objetivou treinar os agentes para o combate mais eficiente da dengue e das zoonoses.”

            A campanha de vacinação contra a raiva, realizada anualmente em todo o país, foi desenvolvida entre os dias 2 e 5 de agosto em Iturama e no dia 6 em Alexandrita, com a vacinação de 5.562 animais – cães e gatos.

            “Resumindo, foram feitas 91.465 visitas domiciliares de combate ao mosquito da dengue, 397 visitas de combate ao transmissor da doença de Chagas, 898 visitas solicitadas por meio de denúncias (Aedes aegypti, caramujo-africano, barbeiro, cachorro/gato, morcego, rato e outros animais), 22 notificações e 43 eutanásias em animais doentes ou acidentados.”

 

Assessoria de Imprensa

Elizandra Manfrim Magossi

Tel: 34 3411 9512

e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.